quinta-feira, 23 de abril de 2009

O espaço e o tempo são relativos,
Eu perto de ti, tu distante de mim.
Vejo-te, teus longos cabelos morenos,
Travessão que os doma,
Que indomável é a tua natureza de mulher.
A tua silhueta fluida como tinta da china sobre papel
Plana pelas ruas, qual andar divino,
Que me faz parar e admirar,
Como pincel que percorre vagarosamente a obra de arte.

Viras-te.

Oh! Blimunda minha!
Tu que com mero olhar me despes de mim
E expões o meu sangue quente que lateja consonante com o ondear dos teus cabelos.
Blimunda! Teus olhos profundos da cor da tua alma,
Que tudo em mim vêem e não me deixam mentir,
Eles que me percorram como eu te percorro,

E descubram o que eu não consigo descobrir em mim.

1 comentário:

Anónimo disse...

"vêem"

Muito bom, este final...