O espaço e o tempo são relativos,
Eu perto de ti, tu distante de mim.
Vejo-te, teus longos cabelos morenos,
Travessão que os doma,
Que indomável é a tua natureza de mulher.
A tua silhueta fluida como tinta da china sobre papel
Plana pelas ruas, qual andar divino,
Que me faz parar e admirar,
Como pincel que percorre vagarosamente a obra de arte.
Viras-te.
Oh! Blimunda minha!
Tu que com mero olhar me despes de mim
E expões o meu sangue quente que lateja consonante com o ondear dos teus cabelos.
Blimunda! Teus olhos profundos da cor da tua alma,
Que tudo em mim vêem e não me deixam mentir,
Eles que me percorram como eu te percorro,
E descubram o que eu não consigo descobrir em mim.
1 comentário:
"vêem"
Muito bom, este final...
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