quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Quando os muçulmanos eram tolerantes....

É verdade! Os muçulmanos foram outrora uma comunidade tolerante, provavelmente mais tolerante que os cristãos do Grande Império Romano. Claro que achavam os cristãos, os judeus e principalmente os pagãos infelizes e desencaminhados por acreditarem naquelas religiões tão absurdas. O nosso sábio amigo Maomé até escreveu aos mais altos dignitários da zona mediterrânica pedindo-lhes que considerassem a hipótese de se converterem ao islamismo, a verdadeira religião de Deus! É bastante interessante pensarem dessa forma, visto que o islamismo tem como base fundamental o cristianismo, que por sua vez tem como sustento o judaísmo.
Voltando ao tópico da tolerância, é de notar a forma como Maomé se dirigiu aos imperadores romano, visigodo e persa.Pediu-lhes e explicou-lhes com humildade e honestidade a sua fé, aconselhando-os a converterem-se. Claro que foi ignorado e passou à táctica seguinte, a militar. Mas é pena que este senhor, mestre da guerra e diplomata (qualidades que Maomé conjuga de forma interessante e que serão incutidas aos seus sucessores, os califas), não acredite na ressurreição, pois assim poderia aparecer e aconselhar alguns líderes muçulmanos dos dias de hoje.
Agora, quanto aos califas existe também um aspecto muito interessante. Como todos sabemos, a máxima, tanto do islão como do cristianismo, é converter tantos quanto possível e, como tal, os califas empreenderam uma demanda expansionista, divulgando a sua fé. Alguns dos territórios conquistados pelos muçulmanos tinham cultos religiosos muito enraizados e, por isso, a conversão era um processo bastante complicado. Então, os califas, em acto de diplomacia permitiam aos infiéis a prática dos seus cultos mediante o pagamento de um imposto, imposto esse que se tornou uma via de receitas essencial para o califado. E o facto de serem infiéis não impedia a frequência das dependências públicas da comunidade islâmica, como a mesquita e os banhos. Eram todos cordeais e respeitosos, mesmo achando que a fé de cada um fosse mais verdadeira que a do outro.
No entanto, nós somos seres humanos e como tal não podemos estar equilibrados nem em paz durante muito tempo. Portanto, começaram a ser feitas algumas restrições, que foram obrigando as minorias a passar à maioria ou a deslocar-se e, com o tempo, foi construída uma sociedade cada vez mais fechada à cultura exterior, uma sociedade muito apegada a uma tradição forjada em interesses políticos que muitas vezes se desviam das intenções originais do islão e do Profeta.
Quando os muçulmanos eram tolerantes vivia-se bem em comunidade, pois eram respeitadas as diferenças de cada qual. Hoje em dia, há um sentimento de hostilidade e falta de confiança no que lhes é estranho, no que representa a libertação e evolução dos seus cânones tradicionalistas e por isso perdem o sentido de humor e explodem-se por aí para manterem vivo um ideal que só trará felicidade a alguns, aqueles que mandam explodir.

2 comentários:

Renato disse...

Não conhecia essa história. Até parece estranho, em pleno séc. XXI, pensar nos muçulmanos como um exemplo de tolerância! O problema das religiões também está no que se faz com elas...

Continua a aproveitar o teu curso e os seus temas para opinar ou reflectir... Este blog já era interessante, mas agora até está mais educativo!

Renato Rocha disse...

Andas desaparecida! Só para dizer que a faculdade não é desculpa para deixar os leitores em ávida espera pelo próximo post. Este é um dos meus blogs favoritos, e teria muita pena que ficasse po aqui a ganhar pó! Salvem os blogs do abandono!

Beijinho